Originalmente publicado en Metal na Lata por Márllon Matos |
Narnia – “We Still Believe – Made In Brazil” (2018)
Independent .
Em abril de 2017, após anos e anos de espera, finalmente nós brasileiros (e também nossos hermanos argentinos) tivemos o prazer de ter a banda sueca Narnia em nosso território e, para mostrar ao mundo todo calor e emoção de terem tocado aqui e que somos de fato a melhor platéia do mundo (como se eles já não soubesse disso), a banda aproveitou a oportunidade e registrou a sua apresentação do dia 30 do 04 de 2017 na cidade de Belo Horizonte para o que tornou o álbum ao vivo “We Still Believe – Made In Brazil”.
Se o registro ao vivo feito na Alemanha em 2004 já mostrava uma banda ciente do que fazer em cima do palco, aqui temos a corroboração da ideia de que o Narnia realmente nasceu para fazer shows e tocar mundo a fora. Não pude estar no dia da gravação, mas vi alguns videos caseiros e vi um show no Rio de Janeiro e Vila Velha e o que se via era uma banda feliz e disposta a fazer o melhor show de suas vidas.
“We Still Believe – Made In Brazil” é coroação do bom momento em que a banda vive desde o seu retorno aos palcos em 2014 com a sua formação clássica e do lançamento do aclamado álbum auto intitulado em 2016.
Christian Liljgren canta como nunca e sabe dosar melhor os seus dotes vocais (não temos aqui os agudos desconexos que apareceram em demasia no primeiro live); CJ Grimmark segura a bronca bem ao vivo e mesmo sendo um só, não deixa espaços vazios de guitarra. Sobre o seu talento? É chover no molhado, mas vale o confere no solo de guitarra “encartado” no disco; Jonatan Samuelson começou a turnê como um músico contratado (mas logo depois foi efetivado) mas já se comportada como parte do time. Seu baixo bem timbrado fazia o que se imaginava, dava aquela “liga” para que tudo fluísse naturalmente bem; Martin Harënstam é meio comedido em seus teclados, mas é sinal de que sua presença seja desnecessária. Pelo contrário, o músico foi bem inteligente e não teve arrombos egocêntricos, sempre fazendo o básico, mas com maestria de um lord. Para fechar, Andreas Johansson mostra que o talento musical de sua família não ficou apenas com os irmãos Anders e Jens. Ele é o batera que toda banda gostaria de ter. Consistência de ritmo, criativo, mas não firulento como o seu solo de bateria demonstra.
Mas um dos principais destaques foi mesmo o público brasileiro. Do manjadíssimo, mas emocionante “olê, olê, olê Narnia, Narnia” feito na introdução até o final da apresentação onde, na clássica “Long Live The King” o refrão foi cantado em português por vocalista e fãs (e até eu, que não sou dos maiores admiradores da música fiquei todo arrepiado com o registro feito) foi animação e interação constante. O que se ouve é uma platéia em afinidade e sinergia com a banda, sabendo desde os clássicos até as faixas mais recentes na ponta da língua. Christian tinha de fato os melhores backing vocals possíveis!
Sobre o repertório, ele abrange os álbuns “Awakening” (1997), “Long Live the King” (1998), “Desert Land” (2000)”, “Enter The Gate” (2006) e claro, “Narnia (2016)”. Um verdadeiro best of ao vivo, para fã nenhum botar defeito. Claro que vai sempre ter alguém sentindo falta de uma música ou outra, mas falo com tranquilidade que este é o registro ao vivo definitivo da banda e a mesma pode continuar com esse repertório até o lançamento de um novo álbum de estúdio.
Obrigado Narnia. Foram cerca de 20 anos de espera até a turnê e valeu cada segundo. Esperamos um retorno em breve. “Vida longa ao Rei !”
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